miércoles, 30 de marzo de 2011

No Vale dos Sonhos

Dormira pouquíssimo na última noite. Quase nada. Virava e se contorcia na cama como se uma febre causada por alguma espécie de abstinência lhe tivesse atacado como um duro e derradeiro golpe. Levantou-se e saiu pela janela para ver a Lua bem de perto. Serpenteou na imensidão do vazio. Acendeu um cigarro e deixou que a fumaça se misturasse às estrelas que cintilavam com timidez. Pensou em como seria se largasse tudo para trás e fosse apenas o que ele queria ser quando criança. Foi consumido por uma sensação letárgica, indolente. Apático, fechou os olhos e, envolto em uma aura de tristeza e glória, sentiu o céu se encolher e as estrelas se apagarem. Pisando com a leveza de um bailarino, deixou-se ir, simplesmente ir, flanando na escuridão do infinito.

3 comentarios:

Gustavo Rodrigues S. Dias dijo...

"Às vezes a gente fica assim,
mesmo sem motivo, e quer andar por aí.
Às vezes a gente não sabe o que quer,
mas sabe como é, e quer muito mesmo assim."

Muito bom o post, confunde com minha cabeça também.

Eric Bustamante dijo...

O que ele queria ser quando criança?

Bruno Mateus dijo...

Nuvem? Balão? Estrela?

POdemos conversar sobre isso tomando uma gelada, mas, sinceramente, eu não sei o que ele queria ser.. hehe