domingo, 20 de junio de 2010

        O que é pior: minha montagem feita no Paint ou as transmissões da Globo?

Após a partida entre Brasil e Costa do Marfim, Galvão Bueno liga para Kaká, que atende o telefone com temor, como um filho que fez coisa errada e sabe que o pai vai repreendê-lo...

Galvão Bueno: Kaká, meu filho... Kaká !!! Kakááááááááááááááá !!!
Kaká: Oi, Galvão... Você fez aquele meio de campo para mim? Pô, você viu que eu só me protegi!
GB: Filho, pode deixar. Já falei durante a transmissão que você não teve intenção de machucar o seu colega de trabalho. Passei essa instrução para o Casagrande e o Falcão. Eles vão limpar sua barra também. O Arnaldo vai babar uma coisa ou outra, mas fique tranquilo: nós vamos falar que o juiz é péssimo, e nem vamos citar o lance de mão do Luís Fabiano. A gente fala que ele merecia o gol, que foi na raça. Que é do Brasil-sil-sil !!!!
KK: Poxa, Galvão... (Kaká, nesse momento, tem a voz atropelada por um sentimento de gratidão, que quase o leva ao choro) Agradeça ao pessoal aí da Globo. Globo e Seleção, tudo a ver. Mas, e o pessoal do SporTV? Eles vão falar mal de mim?
GB: (Galvão acende um cigarro...) Filho, ninguém aqui vai dizer que você levantou o cotovelo. Mesmo que todos tenham visto, nós vamos dar um jeito. Você sabe como o torcedor fica em época de Copa, né? É só a gente falar que 2+2=5 que eles comemoram. Fique tranquilo.
KK: Ufa (levantando os dois braços em direção ao céu), fico até mais aliviado... Agora vou para o Twitter mandar uma mensagem para a minha mulher e para o pastor lá da igreja. Sei não, mas ele pode ter ficado chateado com minha atitude pagã.
GB: Tudo bem, filho...Antes disso, Kaká, ajoelhe no milho, ore ao Senhor, chore um pouco, levante os dois braços em direção ao céu e assista ao Fantástico.
KK: Aleluia!

miércoles, 9 de junio de 2010


Apesar da face destruída,
da criança desnutrida
do Sistema que me trucida
das meninas que me animam
dos amigos que me alegram
das ruas que me inspiram
dos versos que me pegam
na contramão da avenida;

Apesar da comida mal servida
da noite mal dormida
da mulher mal comida
da vida mal vivida
da dor que ainda grita
da droga que me agita
da terra não-dividida
do silêncio, da calmaria.

Apesar de tudo isso,
digo, meus caros, portanto,
e não é para tanto
como um Dia do Fico
que se houver alguma suspeita
cheiro ou sinal de cartas na mesa
que seja um vestígio
ou um vento intrometido
não vacilo em afirmar
que os senhores podem contar comigo.