sábado, 18 de junio de 2011

Every day i have the blues



- Quando você vai dormir?
- Só amanhã! Blues, Pituca, blues!

14/08/10
E me falha a caneta...

miércoles, 8 de junio de 2011

O melancólico adeus de Ronaldo ou Como não homenagear um ídolo

A Globo tentou e enfiou pela goela do torcedor. O Galvão se esforçou. O Tino Marcos cavou dali, o Caio comentou de lá. Mas a despedida de Ronaldo foi de dar vergonha. 

Ronaldo foi um excelente jogador, um craque de verdade. Dos melhores que vi jogar. Mas ontem tive pena dele. Ou do papel a que ele se prestou: refém dos interesses da Rede Globo e de Ricardo Teixeira, o presidente picareta da CBF. No intervalo do jogo, uma volta olímpica tão sem graça quanto a modelo magrela na passarela, como canta Zeca Baleiro. As palavras dele foram tão insossas que me encolhi de vergonha no sofá. Ok, talvez essa falta de paixão seja  mesmo característica do brasileiro, enquanto nossos hermanos argentinos, uruguaios e chilenos têm isso pregado na alma.



Não digo que Ronaldo não merecia uma festa de despedida. Por tudo o que representa, ele merece. Mas como foi feito ontem, não. Seria mais respeitoso ter feito um jogo de brincadeira, de compadres, de amigos, para o gorducho se despedir. Que chamassem jogadores com os quais ele jogou nos clubes, na seleção... Que o grande homenageado fosse ele, e não como fizeram na noite de ontem, enfiando-o para jogar 15 minutos como quem diz: "Taí sua homenagem, fizemos e ponto final. Agora dê licença que o seu tempo já passou. Obrigado".

Nem importa tanto o quão gordo ele está. Maradona se despediu numa La Bombonera lotada e El Diez estava gorducho, inchado, mas a homenagem que o argentino recebeu foi digna do jogador que ele um dia foi. O peso de Ronaldo não importaria, se as condições da despedida fossem outras. Se ele bebe, fuma ou gosta de sair com travestis é problema dele. Mas colocá-lo para correr com jogadores que estão em atividade e contra uma seleção fraquíssima, bem verdade, mas que daria tudo para não tomar uma goleada, só o colocou numa situação desnecessária, constrangedora. É assim que se faz uma homenagem?

Me lembrei de como foi a despedida para Juan Pablo Sorín, em novembro de 2009. Aquilo sim foi uma linda homenagem. Ronaldo também merecia.

Ronaldo merecia ter o nome gritado pela torcida, mas o que se ouviu ontem foram vaias para a seleção brasileira e gritos de "olé" quando a Romênia tocava a bola.

Mais melancólico, impossível.

viernes, 3 de junio de 2011

Sonhos de papel


Tenho um papel na minha frente
o que escrever?
Algo de vida,
ou algo de morrer?
Se é de morte,
o que vou fazer?

Se me chega agora,
o que posso fazer?
Se me pergunta, a carne
o que vou responder?

Se me come, me rasga
Termina a farsa.

13/08/2010 - Belo Horizonte
Sexta-feira, noite bêbada.