jueves, 5 de noviembre de 2009

A hecatombe de Sorín

Há um ano, no dia 04 de novembro, começava minha viagem de cinco semanas pela América Latina. Ontem, no mesmo 04 de novembro, vi(vi) um dos momentos mais emocionantes da história do Cruzeiro, do Mineirão e da minha como torcedor. A despedida de Juan Pablo Sorín foi uma hecatombe, um evento para os cruzeirenses que ali estavam nunca mais se esquecerem. E mais, para aprenderem a homenagear um ídolo, alguém que vestiu a camisa como se fora sua segunda pele. Sim, isso é muito clichê. E mais clichê ainda é o ditado “com o coração na ponta da chuteira”. Dane-se, Sorín é merecedor de todos esses clichês. Ontem, quando o cabeludo pegou o microfone e, emocionado, sem saber muito o que dizer, flamejou os braços argentinamente e começou a cantar: “eu sou Cruzeiro, é um sentimento que não pode parar”, eu me lembrei daquele jogo em 1995 – Cruzeiro 5 x Botafogo 3 – que fui com o meu cumpadre. Me lembrei dele e vi, como numa bola de cristal, eu e Renê, meu afilhado, nas arquibancadas do Mineirão, como eu costumava fazer com o pai dele. Meus olhos se inundaram de lágrimas, salpicadas por uma porrada de sentimentos: alegria, saudade, comoção e a certeza de que os meus heróis nunca morrerão.

Belo Horizonte
05/11/09