jueves, 28 de mayo de 2009

Ontem, na fila para entrar na geral do Mineirão, vi, ao meu lado, um garoto vestido humildemente com um casaco de fina lã. Eu poderia arriscar que ele tem 11 anos. O menino estava com seu pai e lembrava um certo Bituca na infância de Três Pontas. Um olhar assustado, desnorteado e inseguro inundava seus olhos cor de jabuticaba. O Mineirão, já do lado de fora, estava lotado. Todos cantando o hino do Cruzeiro, prevendo resultados... E lá estava o menino, com as mãos de seu pai nos ombros para dar-lhe conforto e tranquilidade, olhando para tudo e todos como quem vê uma grande novidade. Ele tinha os olhos esbugalhados, disso eu me lembro bem. Não resisti e lhe perguntei se era a primeira vez que ia ao Gigante da Pampulha. Tímido, me disse que sim. Quer dizer, ele não falou nada, só balançou a cabeça. E ainda é aniversário dele, disse o pai, orgulhoso. Se a mãe souber que estamos aqui, ela vai me matar, emendou o patriarca, com sorriso moleque, feliz em fazer uma travessura que ele e seu filho nunca mais se esquecerão. Eu fiquei feliz demais! Qual é o seu nome, perguntei, eufórico. Era Pedro Henrique. Lhe dei os parabéns como se fosse meu grande amigo, enchi o peito e proclamei para Belo Horizonte escutar: "Essa vitória de hoje é para o Pedro Henrique!" Ele sorriu, e vi, no fundo dos seus esbugalhados olhos, que sua alma tremia de felicidade e ansiedade. Passamos pela catraca e nos perdemos. Não os vi mais. O Cruzeiro ganhou a partida por 2 a 1 e, quando o juiz apitou o final do jogo, uma vontade de abraçar pai e filho me veio como um soco surdo no peito...

Belo Horizonte
28/05/09

9 comentarios:

Anónimo dijo...
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Daniel Ottoni dijo...

sensacional hein!

qto mais cedo a molecada for aos estadios, melhor...

mesmo com a violencia e o caos dos estadios, nao podemos priva-los dessa verdadeira parte da cultura brasileira e mineira

gaaaalo !

Gustavo Rodrigues S. Dias dijo...

Bem legal o relatado. Em meio a multidão ainda dá para reparar um pouco de peculiaridades...

Tomara que encontre com os dias ainda, ainda temos muitos jogos esse ano!

Abraço!

Thaís Pacheco dijo...

O lado poético é o único que me atrai no futebol.
Sensacional o moleque.

Maíra Vasconcelos dijo...

me re gustó...

besitos

Maíra Vasconcelos dijo...

Continuo passando por aqui, às vezes...

Besitos...

Maíra Vasconcelos dijo...

Ótima história !

Beso grande, flaco!

Maíra Vasconcelos dijo...
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Fayga dijo...

Nossa, Bruno! Que lindo relato... Um ótimo presente nessa tarde de sábado! Super beijo, Fayga